UFC: Vitor Belfort só lutará nos médios pelo cinturão

Na semana passada, o presidente Dana White declarou que Lorenzo Fertitta, um dos donos do Ultimate Fighting Championship, havia conversado com Joana Prado – esposa do peso médio Vitor Belfort – sobre um combate contra Tim Kennedy em uma das edições previstas para serem realizadas no Brasil este ano.

Mas a estratégia da organização foi frustrada pela recusa do “Fenômeno”, que só lutará na categoria até 84kg contra o vencedor da revanche entre o campeão Chris Weidman e Anderson Silva, que se enfrentarão no dia 28 de dezembro, no UFC 168.

De acordo com as palavras de Joana em entrevista ao site Combate, Vitor se colocou à disposição para lutar contra qualquer lutador, inclusive Tim Kennedy ou até mesmo o peso pesado Roy Nelson, desde que seja acima do limite dos médios e deixou claro o interesse exclusivo de tentar conquistar o terceiro título no UFC.

Dana White se opôs ao lutador brasileiro e disse a um grupo de jornalistas que ele está ‘fora de si’. "Vitor, por alguma razão maluca, acredita que deveria enfrentar Weidman ou Anderson Silva agora", disse.

Logo após o nocaute sofrido por Anderson Silva no dia 6 deste mês, Vitor bombardeou o celular do presidente com centenas de mensagens pedindo a oportunidade de enfrentar Chris Weidman e teve como resposta a palavra “revanche”, com a qual Dana White se esquivou da ofensiva do lutador.

Belfort não se conteve com a resposta negativa e deu início a uma campanha nas redes sociais pelo confronto contra o novo número um do mundo mas o contrato assinado por Weidman e Silva já previa a revanche na hipótese do “Aranha” ser derrotado no UFC 162, fato que acabou sendo confirmado no segundo assalto daquela luta.

A proposta de combate contra Tim Kennedy foi como um balde d’água fria na pretensão do obstinado atleta da Blackzilians. O competidor que migrou do Strikeforce para o Ultimate nem mesmo aparece no ranking dos dez melhores da maior organização do mundo enquanto o carioca ocupa a segunda colocação, atrás apenas de Anderson Silva.

O UFC, além de negar ao ex-campeão do grand prix dos pesados e da categoria meio-pesado a merecida oportunidade de disputar o cinturão, ofereceu-lhe uma luta inexpressiva contra um desconhecido do grande público com o argumento de que os brasileiros querem vê-lo em ação em seu país.

Seria mais interessante um combate na categoria de cima, até 93kg, como Vitor deseja, ou uma super luta em peso combinado, do que enfrentar Kennedy. A estratégia de White e cia é a de usar o nome do ídolo nacional em um evento em Goiânia, cidade que estreará como sede do evento em novembro.

A organização também é criticada por supostamente blindar Belfort com atuações fora dos Estados Unidos, onde a Comissão Atlética de Nevada já se posicionou contrária à liberação do atleta para uso da Terapia de Reposição de Testosterona [TRT], com a qual ele se trata de hipogonadismo desde 2011.

Nas entrelinhas, a recusa de The Phenom é a resposta direta como um jab: “só lutarei pelo cinturão e nenhuma outra luta me interessa” – e ele tem mérito de sobra após as contundentes vitórias por nocaute sobre Michael Bisping e Luke Rockhold em São Paulo e Jaraguá do Sul, respectivamente.

Em vez de considerar o pleito do veterano “uma razão maluca”, Dana White deveria valorizá-lo pela a sua história no octógono e pelos resultados obtidos. Além de Bisping e Rockhold, Vitor Belfort já passou por Anthony Johson no País, portanto é hora de lhe oferecer um combate de apelo junto ao público brasileiro.

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