Manifestações e protestos populares articulados pelas redes sociais, na internet, preocupam a segurança nacional
Egípcios nas ruas pedem a deposição do presidente Mubarak:
mobilização popular deflagrada e articulada a partir das redes sociais
é nova ameaça aos regimes ditatoriais (Foto: Muhammad Ghafari/CC)
Se as redes sociais oferecem uma organização efetiva a quem quer aderir a protestos e manifestações e, pelo menos no início, praticamente imune à repressão, elas também podem alimentar e viabilizar ataques que venham a ser incentivados, ou mesmo desencadeados, por inimigos do país. Ainda em 2009, muito anos da eclosão do fenômeno que ficou conhecido como a Primavera Árabe, os participantes de seminário sobre governança transparente e inovação, realizado em Washington, alertaram que as redes sociais estão sendo usadas por ativistas, governos e mesmo criminosos e terroristas em escala mundial para alavancar seus interesses e ideais.
Onda de manifestações e protestos que vem ocorrendo no Oriente Médio e no norte da África desde 18 de dezembro de 2010 e que resultou em deposições de governos na Tunísia, Egito e Líbia e grandes protestos em países como Síria, Argélia, Jordânia e Iêmen. O perfil no Twitter de Wael Ghonim (abaixo), um dos articuladores do levante popular do Egito, tem mais de 330 mil seguidores
Como o uso das redes sociais pode agregar valor para muitas missões e projetos, e já que as pessoas, aliadas ou adversárias, recorrem a essas tecnologias, os expositores defenderam que a comunidade da defesa precisa assumir a responsabilidade de investir no segmento.
“Isso não é coisa só de fanáticos por tecnologia, mas algo sério com ramificações na segurança nacional. Temos que encontrar um nicho para usarmos as redes sociais”, admitiu Linton Wells, professor pesquisador do Centro para Tecnologia e Segurança Nacional da Universidade Nacional da Defesa, com sede na capital norte-americana, equivalente à Escola Superior de Guerra do Brasil. Ele citou o atendimento social a populações do Afeganistão como exemplo do bom uso já feito pelas redes sociais em locais de conflito.
Na Universidade Nacional da Defesa (EUA),
pesquisadores buscam utilização das redes
para a segurança nacional (Foto: Katherine Lewis/NDU)
No outro extremo, regimes totalitários que não querem dar voz aos cidadãos encontram nas redes sociais terreno fértil para propaganda do regime e combate a protestos, manifestações e potenciais insurreições, disse Lewis Shepherd, outro participante do seminário, ex-assessor na Agência de Inteligência de Defesa dos EUA.
Mark Drapeau, que elaborou estudo com Wells sobre o tema, disse que é importante avaliar as implicações das redes sociais para a segurança e a estabilidade globais. O texto descreveu como o uso das redes sociais afetou eventos políticos recentes, como manifestações e protestos populares em locais tão diversos como Colômbia, Paquistão e Egito, as primeiras informações sobre os ataques terroristas ocorridos em Mumbai (Índia) e até mesmo o golpe de estado em Madagascar.
“É muito importante estar ciente do poder e do alcance dessas ferramentas. Se você trabalha em segurança nacional, algumas dessas coisas que acontecem em outros países podem afetar seu trabalho ou sua missão. Em muitos casos, as forças de segurança dos países afetados foram surpreendidas pelo alcance das mobilizações promovidas via Facebook, Twitter e blogs”, escreveu o pesquisador da Universidade Nacional da Defesa dos Estados Unidos.
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Manifestações e protestos populares articulados pelas redes sociais, na internet, preocupam a segurança nacional
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junho 20, 2013
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